dezembro

a árvore de Natal acesa
de bolas vermelhas
e tamanho médio
fulminou-me
a meio caminho pela sala
nem mais um passo
no vazio velado
pelos caras que adoram
o que não conheço há anos
que montei a árvore
sozinha naquela outra sala
vazia dos sonhos
os mesmos de sempre
gravaram nas pálpebras
duas cadeiras vermelhas
de tamanho médio
e forro acetinado
murmuram que viver
é despertar com as mãos em garra